Altas temperaturas e a notícia de um novo investimento no setor de transportes, mais especificamente no mercado de ônibus, agitam o cenário no Brasil. É que a empresa Thermo King – empresa do grupo Ingersoll Rand, fabricante de soluções para controle de temperatura para o transporte – acredita que o mercado se mostra promissor no segmento de sistemas de ar condicionado para os setores de ônibus e de distribuição em todo o país.
Ônibus mais fresquinhos em 2017
Mesmo com a crise na economia brasileira, o empresário Dario Ferreira, líder de território da Thermo King no Brasil, diz que já é possível identificar um movimento forte para 2017 nestes dois nichos de negócio: “As novas regulamentações“ que exigem a aplicação de ar condicionado em ônibus, geram perspectivas positivas não só para 2017, mas para os próximos anos. Além disso, no final do ano passado, o governo federal liberou R$ 3 bilhões para a renovação da frota de ônibus urbanos, uma melhoria robusta na indústria que levará à modernização de um percentual importante da frota de Urbanos no país”, enfatiza o empresário.
De outro lado, desde a década de 1970 até o presente, houve uma expansão e melhoria no sistema de transporte público, principalmente no modal BRT. Atualmente, segundo o BRT Data, são 191 cidades com os corredores BRT em funcionamento, 41 projetos em expansão e 141 projetos em planejamento e construção. O crescimento consolidado do serviço de transporte urbano, no entanto, acabou criando problemas que deixam os usuários insatisfeitos.
Outros pontos a serem melhorados no transporte coletivo de passageiros
Entre os pontos observados pela população no que diz respeito à qualidade do transporte coletivo, destacam-se o acesso a os ônibus, a pontualidade, o tempo de viagem e a segurança. Para Luis Carlos Napoli, Superintendente da Associação Nacional de Transporte Urbano (ANTP), é preciso atacar os pontos tidos como negativos. “Alguns atributos são fundamentais. Um deles é que não é possível ter qualidade no serviço se você não tem capilaridade, que nada mais é do que um sistema de rede. Ele permite que você tenha opções de deslocamento, que escolha os seus caminhos. O outro passo é a infraestrutura que o poder público tem que colocar para o cidadão. Se estiver garoando, você não vai pegar ônibus porque as calçadas vão estar emburacadas, haverá lixo na calçada, insegurança”, pontou ele.
Investimentos em infraestrutura, projetos de qualidade e planejamento são imprescindíveis para melhorar a qualidade do sistema. A melhoria desse processo está diretamente ligada à conquista e manutenção de novos usuários. “Quando a pessoa tem uma outra opção de transporte, ela acaba mudando de lado se o serviço é ruim. Se não melhorarmos o material, vamos segregar uma boa parcela da população de classe média, classe média alta que ainda não sente conforto no sistema de transporte coletivo”, afirmou Adalberto Maluf, Diretor de Marketing da BYD.
Esse salto de qualidade depende, sobretudo, de alcançar o equilíbrio financeiro e econômico do sistema. Na última quarta-feira (9), o Senado Federal aprovou uma Proposta de Emenda Constitucional que coloca o transporte público como um direito social, ao lado da saúde e da educação. É um caminho muito promissor – comentou Marcos Bicalho, Diretor Adminstrativo e Institucuinal da Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano (NTU).
Além de uma boa gestão dos recursos, um outro caminho para revolucionar a qualidade do transporte diz respeito à inovação. Para Adriana Lobo, Diretora da EMBARQ México, é preciso encontrar novas alternativas para a questão e, sobretudo, respeitar o usuário. O investimento na atração e retenção de clientes pode ser reforçado por um trabalho de tratamento de imagem do transporte coletivo. A difusão de informações precisas e transparentes ajuda a população a construir uma nova opinião sobre os ônibus. “Ainda não aprendemos a explorar o que o transporte coletivo traz de bom e informar as pessoas disso. Elas têm a experiência ruim no dia a dia, mas não sabem quais os benefícios que os coletivos trazem para a cidade, como a quantidade de carros que se evitou de por em circulação, quantas vidas foram salvas por causa da redução da exposição de pessoas ao risco de acidentes”, frisou Brenda Medeiros, Gerente de Projetos do WRI Brasil Cidades Sustentáveis.
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