Há um bom tempo a mulher vem conquistando o seu lugar no mercado de trabalho, mas em certas profissões a resistência é maior, como é o caso dos motoristas de ônibus. Essa barreira profissional está sendo vencida e recentemente o espaço no mercado se abriu para as mulheres motoristas e já é comum avistar mulheres conduzindo ônibus no trânsito das cidades. As mulheres, figuras raras nas transportadoras há dez anos, agora têm preenchido uma lacuna importante no setor. Na empresa Braspress, uma das líderes nacionais na distribuição de encomendas expressas, as mulheres são um quadro crescente nas operações, seja como motoristas, seja como encarregadas de postos importantes nas etapas da gigantesca produção da empresa.
Seguindo essa linha, a prefeitura da cidade de São Paulo emitiu uma portaria administrativa em dezembro de 2015 na qual determinou cota de 30 % para as mulheres nas empresas de ônibus prestadoras do serviço à cidade.
Mulheres motoristas de ônibus
Quando se fala em motoristas de ônibus, destaque para a empresa Viação Mimo. O diretor da Viação Mimo, Cláudio Moreira, diz que começou a investir na contratação de mulheres por necessidade, pela escassez de mão-de-obra: “Isso nos levou a investir e apostar na mão-de-obra das antigas “tias” de vans, que levavam as crianças para as escolas. Nós demos oportunidades dentro da nossa empresa começando pelo transporte com van, onde elas permaneciam por um período determinado de 12 meses, passavam para os micro-ônibus e depois de mais 12 meses elas atingiam o grau máximo, que é o ônibus grande de 44 lugares” . Segundo Cláudio Moreira, a mulheres são econômicas, fazem maior quilometragem por litro de combustível e tem um ótimo relacionamento com os passageiros.
“Elas são delicadas e educadas. A gentileza das mulheres e a calma com que elas conduzem os veículos são hoje os principais motivos porque a gente continua investindo e apostando na mulher como nossas condutoras”.
As empresas que contratam mulheres para atuar em profissões tradicionalmente “masculinas” enfrentam algumas dificuldades no início e precisam fazer algumas adequações, principalmente na área de relacionamento interno, entre os cargos de chefia e funcionárias. O costume em trabalhar só com homens durante muito tempo pode fazer com que a chefia, muitas vezes, não saiba lidar com as necessidades e os sentimentos da mulher.
Mas, o fato é que os registros de manutenção nas máquinas da empresa demonstram que as motoristas mulheres têm maiores cuidados operacionais com os veículos, colaborando para a manutenção dos caminhões. Elas também demonstram polidez no relacionamento com os clientes e no trânsito. São pacientes, praticam direção defensiva, pouco se envolvem em acidentes nos trajetos, o que levou à redução de batidas e dos custos de manutenção, incluindo funilaria, um custo alto para as empresas de transporte.
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