Quando planejamos uma viagem várias perguntas vêm à nossa cabeça: para onde ir, quanto tempo ficar, onde se hospedar, de carro, avião, trêm ou ônibus, como posso economizar no preço da passagem? Mas a pergunta mais importante que se faz, indiscutivelmente, é “como viajar com segurança?”
Preocupadas com isso cada vez mais empresas de ônibus têm investido nesse sentido, preprarando seus carros e ainda cuidando da saúde de seus funcionários bem de perto, melhor dizendo, de seus motoristas. Recentemente, um dos programas que tem ganhado destaque nas viagens de ônibus de longa distância é o Programa Medicina do Sono, adotado pela Viação Águia Branca. A criação do programa pioneiro da empresa iniciado no ano 2000, foi estendido posteriormente a outras companhias de ônibus para cuidar dos profissionais e garantir a segurança de trânsito, extinguindo fatores de risco como a sonolência e o cansaço excessivo dos motoristas. Curioso sobre o tema? Leia mais abaixo.
Como funciona o Programa Medicina do Sono
Com investimento da ordem de R$ 7 milhões, o Programa Medicina do Sono registra ao longo de 16 anos a realização de 2,4 milhões de testes de vigília e fadiga; a instalação de 10 salas de estimulação do alerta e três laboratórios do sono; uma média de 1.680 atendimentos a profissionais por ano e 4,6 mil exames de polissonografia, bem como exames de Teste de Latências de Múltiplos Adormecimentos (TLMA) e Teste de Manutenção da Vigília de forma preventiva.
O coordenador e criador do programa, o médico Sérgio Barros Vieira, explica que o programa tem como objetivo a educação e a prevenção relacionados a identificação e tratamento de possíveis distúrbios de sono, os quais podem favorecer o risco de sonolência e fadiga excessiva ao trabalhador. O tratamento é acompanhado pelo Programa de Medicina do Sono, por meio de abordagem clínica especializada e de forma individualizada, o que diminui visivelmente esses fatores de risco.
Durante as viagens noturnas e em alguns pontos de paradas estratégicas, a permanência dos motoristas nas salas é de 20 minutos, onde eles praticam exercícios de alongamento e bicicleta ergométrica. Essas atividades têm como objetivo principal interferir nos fatores de risco da sonolência excessiva no período noturno de trabalho. Essa sonolência é favorecida pela ação do hormônio conhecido como melatonina e a diminuição da temperatura corporal. Além da atividade física, é realizada uma ação de cromoterapia no ambiente, bem como de luxterapia previamente definida.
Atualmente, Sérgio Barros e sua equipe atendem cerca de 1000 motoristas no Programa Medicina do Sono. Para acompanhar cada participante, são realizadas avaliações rotineiras e utilizadas estruturas de apoio, como as salas de estimulação do alerta e de diagnóstico (laboratórios de sono), encontradas no Espírito Santo, Bahia e Rio de Janeiro. As salas constituem uma das principais ferramentas do programa.
Os resultados práticos depois do Programa
Após a implantação do Programa Medicina do Sono, a Viação Águia Branca não registrou nenhum acidente que teve como causa sonolência ou fadiga excessiva ao volante. Por meio de pesquisa de satisfação realizada regularmente, a empresa constatou que 97% dos motoristas reconhecem o Programa como instrumento de melhoria na qualidade de vida e na prevenção de acidentes e 87,5% dizem que o programa trouxe benefícios para a sua vida. Dentre outros benefícios, o Programa Medicina do Sono leva conhecimento às famílias dos motoristas e já melhorou a ergonomia da poltrona dos motoristas nos ônibus, a luminosidade dos veículos para prevenção da fadiga visual e a qualidade dos dormitórios que contam com padronização de ambientação em seus quartos.
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