Desde o ano de 2012 vigora no Brasil a Lei de Mobilidade Urbana e, a partir de então, novos projetos e soluções para o problema do trânsito vêm sendo enfrentados por gestores da administração pública e outros diferentes setores da sociedade privada. Em reportagem do Jornal “Foha de São Paulo”, foi anunciado há algum tempo que as melhorias feitas no setor de transporte coletivo nas grandes cidades, à época da Copa do Mundo no Brasil e dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, ainda são sentidas pela população dos grandes centros urbanos – em especial das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, que foram os principais cenários destes eventos esportivos.
O ônibus e a mobilidade urbana
Uma saída para diminuir os impactos causados pelos automóveis é o uso do transporte coletivo: tanto ônibus como metrôs podem ajudar a reduzir os índices de emissão de poluentes. Se 90 pessoas, que é a capacidade máxima de um ônibus convencional, optassem por utilizar um meio de transporte coletivo, cerca de 130 kilos de gás carbônico deixariam de ir para a atmosfera. Tudo isso em um percurso curto com cerca de 2 km e, no caso de um deslocamento maior chegando a 10 km, esse número pode ultrapassar 630 kg!
O legado de Curitiba e Jaime Lerner
Arquiteto e urbanista que criou o sistema de faixas e corredores exclusivos de ônibus e ciclo faixas em Curitiba e que já foi implantando em mais de 300 cidades pelo mundo para apoiar a visão de uma cidade sustentável e conectada, Lerner compreendeu a necessidade de um sistema de transporte de alta capacidade, mas reconheceu também a necessidade de afastar-se das tendências do planejamento em transportes que eram dominantes nas cidades do mundo desenvolvido. Incapaz de aportar um sistema debaixo do solo, como metrô, Lerner decidiu “metronizar” o ônibus. A cidade priorizou os ônibus, permitindo-os se mover com rapidez e mais eficiência – introduziu corredores exclusivos para ônibus troncais, projetou uma rede de ônibus alimentadores e, em 1982, introduziu as “estações-tubo”, com ônibus maiores e com pré-pagamento.
Bikes por toda a cidade
Outra iniciativa que vem tomando força em todo o mundo é o incentivo ao uso de bicicletas. Nesse cenários, diversas empresas privadas (como bancos) e por muitas vezes também as prefeituras das grandes cidades passaram a proporcionar ao cidadão o empréstimo de bicicletas para uso diária e deslocamento urbano. Além disso, a procura por bikes com mais tecnologia também vem aumentando no Brasil.
Home office uma ideia a ser difundida
Outra ferramenta cada mais mais utilizada (principalmente fora do Brasil) é o home office, onde o funcionário da empresa trabalha direto de sua própria casa. O modelo requer muita disciplina, organização e comprometimento tanto do funcionário quanto da empresa e, afinal, é uma forma fácil de ajudar a diminuir o trânsito nos grandes centros urbanos reduzindo o deslocamento de pessoas pela cidade.
O futuro da mobilidade urbana já foi desvendado por Gilberto Belleza, que ocupou o cargo de Presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo em 2015. Para ele “não podemos pensar só na quantidade de veículos. É preciso pensar a mobilidade urbana de forma geral, com sistemas de acessos, calçadas, pontos de ônibus adequados, identificação das linhas que passam naquele ponto. Enfim, pensar a mobilidade urbana integrada ao movimento da cidade”, é necessario investir mais em metrôs, em ônibus e em vias públicas.
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